Curso Independência Financeira

[Aula 17] Renda Variável II – ETFs (Fundos de Índice)

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Olá, investidor! Vamos para a nossa segunda aula de renda variável?

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Em primeiro lugar, vamos falar um pouco sobre como funciona a cabeça de um trader e compará-la à cabeça de um investidor, aquele que investe em valor.

Além disso, vou mostrar uma ferramenta que é perfeita para quem quer gastar o mínimo de tempo possível com seus investimentos e mesmo assim ter um retorno de acordo com a média de mercado (e pagando muito pouco por isso).

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Estou falando dos ETFs, ou fundos de índice, que são uma excelente ferramenta para quem quer gastar pouco tempo, ter menos custo e ainda conseguir uma rentabilidade diversificada através do investimento em ações.

Então vamos lá!

Nesta aula, você vai ver:

  1. Investidor x trader
  2. Vantagens dos ETFs
  3. Investindo em ETFs

Investidor x trader

 

Quando você escolhe entrar na bolsa, precisa definir uma estratégia.

Você tem que escolher se você vai ser um trader, ou seja, um especulador, ou um investidor de valor.

Um dos maiores erros de quem começa na bolsa é ser um meio termo dos dois: quando a ação sobe a pessoa vira trader, mas quando cai, ela segura e diz que é um investidor de longo prazo.

Então defina bem a sua estratégia e o que você quer fazer: você quer ser um especulador e tentar ganhos maiores mesmo sabendo do risco ou quer ser sócio das empresas e ter uma rentabilidade mais sólida ao longo do tempo?

Nesse sentido, é preciso entender que o trader está preocupado com preços e oscilações de curto prazo que vão perturbar o mercado, enquanto o analista fundamentalista está pensando em valor de longo prazo e em lucro da empresa.

Investidor

 

O investidor se preocupa com os fundamentos da empresa. Ele quer cada vez mais ter uma quantidade maior de ações, receber mais dividendos e proventos para reinvesti-los e ter cada vez mais ações.

Assim, ele não se importa muito com a variação do preço, desde que, na sua análise, o valor se mantenha inalterado.

Ou seja, ele se baseia numa análise criteriosa do valor da empresa.

Então, se a empresa continua sólida, mas por um motivo qualquer o preço está caindo, isso não afeta o investidor, porque ele tem plenas condições de dizer que o valor está lá.

Mas é claro que isso não é simples, porque necessita de muito estudo e de informações sobre o balanço da empresa — não é à toa que grandes bancos pagam fortunas para bons analistas: não é uma tarefa simples.

Mas a pessoa que está focada em valor realmente não liga para o preço, porque o que importa no longo prazo é o valor, que tende a se igualar ao preço no longo prazo.

Trader

 

O trader, por sua vez, é um especulador. Ele está interessado na movimentação dos preços e quer descobrir a tendência ou a ruptura de um padrão para que possa se aproveitar disso.

Dessa forma, ele opera com tendências ou repetições de padrões que acontecem ao longo do tempo, e esse repetimento tende a refletir a psicologia de mercado.

Então o trader transforma a psicologia de mercado em uma análise numérica, pouco importando o fundamento da empresa, já que ele está interessado na parte psicológica de como os agentes se comportam no curto e curtíssimo prazo.

Só que, para ser um trader, você precisa de 3 coisas:

1 – Um método com expectativa matemática positiva

 

Para ser um trader, é preciso encontrar um método em que você ganhe mais dinheiro do que perca.

Por exemplo, quando você joga uma moeda para cima, a chance de dar cara ou coroa é de 50% — ou seja, é um método de expectativa matemática neutro.

Agora, se você tiver uma moeda que cai 60% em cara e 40% em coroa, o método de expectativa matemática é positivo, porque se você investir sempre no lado que dá 60%, vai acabar ganhando dinheiro ao longo do tempo.

2 – Gerenciamento de risco

 

Por mais que você tenha um método positivo, a variância de curto prazo pode acabar com seu patrimônio.

Assim, é preciso ter um gerenciamento de risco muito forte.

3 – Controle emocional

 

Por fim, mas não menos importante (diria até que é o mais importante), é a necessidade de ter controle emocional.

Isso porque você pode ter um método perfeito e um gerenciamento excelente, mas, se não conseguir controlar suas emoções quando elas tomarem conta, vai acabar tomando atitudes erradas, o que vai afetar muito a sua rentabilidade.

Escolas de análise

Quando o assunto é investidor versus trader, temos basicamente duas escolas de análise:

  • Os traders utilizam muito a análise técnica, que é a dos gráficos e oscilações de preço. Eles partem da premissa que os preços se movimentam em tendências e os padrões se repetem no futuro. Então, é uma análise estatística feita basicamente em gráficos.
  • Por outro lado, o investidor de valor tem a análise fundamentalista ao seu lado: ele estuda os fundamentos e a solidez da empresa, além da sua capacidade de gerar lucro. Assim, ele quer saber qual é o preço justo daquela empresa, ou seja, quanto ela vale e onde o preço de hoje deve chegar para que ela valha o montante desejado.

Vale ainda mencionar que diversos fatores influenciam diretamente como você vai escolher uma empresa, como os múltiplos e indicadores.

Podemos destacar o preço sobre lucro (P/L) e o percentual de dividendo que ela distribui (dividend yield).

Buy and hold

 

Existe uma técnica chamada buy and hold, ou seja, “compre e segure”, que não leva em conta as oscilações do mercado.

Mas não se confunda: o nome não é “compre e esqueça”, porque você tem que estar sempre analisando a empresa para ver se o valor dela condiz com o que você acredita.

Então, você deve comprar e segurar empresas que analisa constantemente, em vez de comprar uma empresa e esquecer dela.

Geralmente, o mais indicado para o buy and hold é comprar ações de blue chips, as empresas mais valiosas e robustas.

Só que a grande dificuldade está em saber quais são as ações para fazer o compre e segure. Como já vimos, não é simples analisar as empresas, e também é muito complicado ter poucas ações quando você não conhece o mercado.

Assim, diversificar ações faz todo o sentido quando você tem pouco tempo e conhecimento.

O buy and hold permite que você fique tranquilo para comprar ações diretamente e com isenção de imposto de renda, ou que opte pelos ETFs (fundos de índice passivos), porque eles seguem algum índice, então você não tem custo para ficar trocando a carteira toda hora e não precisa ficar sempre analisando as ações.

Em relação ao custo-benefício e ao tempo, essa com certeza é a melhor opção.

Agora, se você tiver tempo para analisar ações, provavelmente conseguirá uma carteira melhor, porque o fundo de índice é muito diversificado — o ponto positivo é que isso dilui seu risco, mas o negativo é que o ETF pode conter empresas não tão boas.

Mas, como o tempo também é um fator primordial na sua decisão de investimento, os ETFs são uma excelente oportunidade.

Vantagens dos ETFs

 

Como vimos, os ETFs são fundos de índices. Suas maiores vantagens são:

  • Diversificação: quando você compra o BOVA11, por exemplo, é como se estivesse comprando 60 ações de uma vez.
  • O custo dos ETFs é baixo em relação, por exemplo, aos fundos de ações. Para ilustrar, o BOVA11 custa 0,59% ao ano, enquanto os fundos de ações custam no mínimo 2%. Ou seja, os ETFs têm uma baixa taxa de administração.
  • Os dividendos são reinvestidos automaticamente, independentemente do valor.
  • Aderência alta: os ETFs chegam realmente muito próximo do índice de referência a que se propõem a chegar. Analisando os resultados históricos, o BOVA11 fica muito próximo do Ibovespa.

Já as desvantagens são:

  • Não há isenção de imposto de renda de venda de até R$ 20 mil.
  • Alguns fundos possuem baixa liquidez, ou seja, você não consegue diversificar pelos setores ou pelo tamanho das empresas. Existem ETFs, como o SMAL11, que são focados em empresas pequenas, enquanto outros são focados em governança corporativa (e, como vimos, é importante ter empresas com alta governança corporativa).

Agora, vamos dar uma olhada nos dois principais ETFs.

BOVA11

 

O BOVA11 tenta replicar o Ibovespa. Ele é vendido em lotes de 10 contas e tem uma liquidez muito alta — em torno de R$ 100 milhões por diária — e uma taxa de administração de 0,54% ao ano.

As cinco maiores ações que fazem parte desse índice são o banco Itaú, a Ambev, o banco Bradesco, a Petrobras e a BRF.

PIBB11

 

Já o PIBB11 tenta replicar o IBrX 50, que são as 50 maiores ações da bolsa, e é vendido em lotes de 10 cotas.

A liquidez também é alta, em torno de R$ 5 milhões por dia, mas a taxa de administração é quase 10 vezes menor.

Contudo, a composição da carteira é muito parecida com a do BOVA11 quando olhamos para as top 5 empresas.

Investindo em ETFs

 

No mercado de ações, a liquidez é um fator muito importante, então conforme a sua carteira for crescendo, o ideal é que você migre e invista no BOVA11.

Apesar de eles terem a mesma carteira e o PIBB11 ter um risco menor, a liquidez é sim um fator primordial.

Além disso, o BOVA11 é feito pela Black Hawk, que é a empresa que tem os maiores ETFs do mundo, então tende a cada vez mais alavancar a liquidez dos seus ativos.

Então, se você precisar vender suas ações ou se o seu montante for muito alto, a sugestão é que você invista no BOVA11.

Resumindo, então:

Risco

 

O risco para investimento a longo prazo em ETFs é baixo, e você tem uma alta diversificação com baixíssimo custo.

Retorno

 

No longo prazo, as ações tendem a ter um retorno melhor, apesar de que, no Brasil, isso não se comprova devido às altas taxas de juros que temos.

Contudo, é sempre interessante ter um percentual da sua carteira investido em ações.

Liquidez

 

Tanto o BOVA11 quanto o PIBB11 possuem alta liquidez, principalmente o BOVA11.

Prazo

 

O ideal é que o investimento em ETFs seja de longo prazo, mas você pode vender e comprar no mesmo dia de forma simples, como se fosse uma ação normal.

Indicação

 

Os ETFs são indicados para investidores de longo prazo que não querem perder tempo analisando o mercado de ações, e nem tem essa expertise, já que não se trata de um mercado simples.

E chegamos ao fim da segunda aula sobre renda variável. Na próxima, falaremos sobre alocação de ativos.

Te vejo lá!

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