Curso Independência Financeira

[Aula 16] Renda Variável I – Mercado de Ações

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Nesta aula, vamos começar a falar sobre renda variável e o mercado de ações, que é, sem dúvida, uma das formas mais fascinantes de investimento.

Só que as grandes oscilações e a ilusão de enriquecimento rápido também o tornam muito perigoso.

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No entanto, as ações tendem a proporcionar a melhor rentabilidade porque apresentam o melhor risco, principalmente a longo prazo.

E você não precisa ter medo de ações; muito pelo contrário: elas são um ótimo ativo para qualquer carteira de longo prazo, já que geralmente têm proteção contra a inflação e a queda dos juros.

Então pare de ter preconceito e achar que a bolsa é um cassino! Você até pode utilizá-la assim, mas só se quiser.

Na verdade, o mercado de ações nasceu com a ideia de as pessoas investirem em empresas, comprando pedaços delas. Com o tempo isso foi evoluindo, e alguns encontraram formas de especular.

Mas o problema da especulação é que ela demanda muito tempo e conhecimento para ser lucrativa, e o risco aumenta consideravelmente.

Aqui, então, vamos falar sobre o mercado de ações com um enfoque mais de longo prazo e em valor.

Você vai ver:

  1. O que é uma ação
  2. Tipos de ações
  3. Custos
  4. Proventos
  5. Grupamentos e desdobramentos
  6. Aluguel de ações
  7. Ofertas públicas iniciais (IPOs)
  8. Governança corporativa

É bastante coisa, então vamos lá!

O que é uma ação?

 

Uma ação nada mais é do que um pedaço de uma empresa.

Assim, quando você compra uma ação, está se tornando um sócio daquela empresa por ser dono de um percentual dela.

As instituições emitem ações e abrem o capital porque uma forma de captar recursos de forma mais barata é atraindo novos sócios.

E é uma forma mais barata porque, nesse caso, as empresas não precisam devolver o dinheiro que pegaram, como em um empréstimo, porque quem comprou a ação se tornou sócio e agora tem o mesmo risco da empresa.

Dito isso, as ações podem ser de capital aberto ou fechado, sendo as de capital aberto aquelas que têm negociação na bolsa, como a Petrobrás, a Vale e o Bradesco, por exemplo.

Bolsas de valores

 

As bolsas de valores são centros de negociação de ações e outros ativos, como os derivativos.

No Brasil, temos a BM&FBovespa, e seu principal índice é o Ibovespa, composto pelas ações com maior volume de negociação.

Elas podem ser negociadas através de plataformas on-line, conhecidas como homebrokers, ou de uma corretora.

Tipos de ações

 

Existem três tipos de ações:

  • Ordinárias (ONs): aquelas que dão direito a voto na assembleia geral, que é a última instância de decisão de uma empresa. Assim, quem tem ações ordinárias pode votar na assembleia e opinar quanto a um assunto importante da empresa.
  • Preferenciais (PNs): não dão direito a votos; no entanto, possuem algumas vantagens, como o recebimento prioritário de dividendos. Além disso, no caso de quebra da empresa, elas recebem antes das ordinárias.
  • Units: mix de ações ordinárias e preferenciais.

Nomenclatura

 

Geralmente, as ações são nomeadas com 4 letras seguidas de um número.

As letras identificam a empresa, enquanto o número tem significados diferentes dependendo de qual seja:

  • 3: geralmente se refere a ações ONs;
  • 4: ações PNs do tipo 1;
  • 5: ações PNs do tipo 2;
  • 11: units, ou seja, mix de ONs e PNs.

Por exemplo, PETR3 são as ações ordinárias da Petrobrás, e ALLL11 são units da ALL, com 10 ações ordinárias e 4 preferenciais.

O lote padrão é de 100 ações, mas existe o mercado fracionário. Nesse caso, basta colocar F no final do nome da ação.

Ou seja, se quiser comprar uma ação da Petrobras, você usa PETR4F.

Acontece que a corretagem fica muito cara no mercado fracionário, já que se trata de um lote pequeno, e a liquidez também é muito menor.

Custos

 

Os principais custos envolvidos no mercado de ações são:

  • emolumentos, que representam 0,0325% do volume transacionado no dia;
  • taxa de custódia, que é variável e pode até mesmo ser isenta;
  • taxa de corretagem, que pode ser fixa ou determinada através da tabela Bovespa.

A tabela Bovespa não costuma compensar muito, só para quem é trader e consegue um desconto sobre ela.

Assim, para quem tem um perfil de investidor de longo prazo, a tabela fixa apresenta vantagens consideráveis.

Imposto de renda

 

Com uma alíquota de 15%, o imposto de renda deve ser pago mensalmente via DARF, e é de obrigação do investidor.

Ou seja, se você compra e vende ações, ao final de todo mês precisa verificar seu saldo e pagar imposto sobre ele.

E é preciso separar também dois tipos de operações: day trades e operações normais.

As day trades são abertas e fecham no mesmo dia (se você comprou e vendeu a ação hoje, por exemplo) e têm uma alíquota de IR de 20%.

Já se você compra em um dia e vende no outro, ou em qualquer data posterior, terá uma operação normal, com alíquota de 15%.

Um fato interessante das ações a ser lembrado é que prejuízo passado compensa lucro futuro, desde que sejam operações da mesma natureza (ambas day trades ou ambas normais).

Proventos

 

As ações podem distribuir uma parcela do lucro de algumas formas:

  • Dividendo: você recebe o dinheiro na conta e ele é isento de imposto de renda. É a forma mais comum de distribuir o lucro.
  • Juros sobre capital próprio: essa fórmula gera vantagem tributária para a empresa, porque assim ela consegue ter eficiência fiscal. Nesse caso, você recebe menos como acionista, mas ganha porque o lucro da empresa é maior.
  • Bonificação: quando a empresa te dá novas ações em função de um aumento de capital ou da incorporação de reservas.
  • Direito de subscrição: quando novas ações são emitidas, você tem o direito de comprá-las a um valor pré-determinado.

Grupamentos e desdobramentos

 

Na verdade, grupamentos e desdobramentos não modificam o financeiro, mas acabam assustando as pessoas.

Isso porque, em um caso como esse, você pode ter 100 ações em um dia e no dia seguinte ter 50. Mas o que aconteceu foi que o preço da ação dobrou.

Por exemplo, uma ação que custa 1 centavo de real não tem negociabilidade, mas se ela subir outro centavo, vai dobrar de preço. A lógica é essa: agrupar ações para ter um preço razoável.

Então fique tranquilo quanto a grupamentos e desdobramentos, porque eles são apenas uma forma de melhorar a negociabilidade das ações, mas você ganha a mesma coisa.

Aluguel de ações

 

O aluguel de ações é uma mobilidade para quem investe a muito longo prazo.

Os fundos de pensão geralmente fazem isso; eles compram ações que não pretendem vender e então as colocam para alugar, porque isso gera uma renda extra para o locador.

Também para quem quer especular, essa operação permite a venda a descoberto, ou seja, você vende o que não tem, apostando na baixa do mercado.

Além disso, ela pode ser reversível ou irreversível (ou seja, você pode devolver a hora que quiser ou só no fim do contrato), e é uma operação que quem toma requer margem na hora de vender em descoberto.

Mas como o foco aqui é principalmente o investidor de longo prazo, você provavelmente vai alugar suas ações para obter uma renda extra.

Ofertas públicas iniciais (IPOs)

Os IPOs são a estreia de uma empresa na Bolsa de Valores, e por isso atraem bastante atenção.

Entre 2004 e 2006 houve um boom de IPOs, mas comparado a esse período, estamos em um momento de poucas ofertas públicas.

É preciso tomar muito cuidado com as ofertas públicas, porque quando o mercado está numa alta muito forte, todo mundo está otimista, mas quando está em queda, a animação dos investidores também cai.

Contudo, se o mercado voltar a ter um boom como o que teve no início dos anos 2000, você vai começar a ouvir falar de IPOs e que elas são uma excelente oportunidade de investimento.

Tiveram sim lançamentos excelentes e com ganhos muito grandes de um dia para o outro, de 10%, 15% e até 20%. Mas vale lembrar também que muitas empresas hoje apresentam forte queda, então tenha sempre cuidado com as IPOs.

Governança corporativa

 

Governança corporativa é um assunto pouco falado, mas extremamente importante.

Isso porque, quando você tem um conselho com alta governança, as decisões são tomadas com o conhecimento dos acionistas e há transparência sobre tudo que é feito lá.

Então não caia nessa de que a governança é um blá-blá-blá; ela é essencial.

Assim, fique de olho na governança corporativa de uma empresa e na forma como ela vai se comunicar com você. Esteja sempre de olho no site de relação com investidores (RI) e veja como é o relatório que essa empresa faz. Isso demonstra muito como é feita a gestão.

Por hoje é só. Agora continue comigo para a segunda aula de renda variável, na qual vamos falar de ETFs, outro ótimo investimento para você.

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