Curso Independência Financeira

[Aula 12] Renda Fixa II – Formas de Remuneração

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Seja bem-vindo de volta!

Em primeiro lugar, vale mencionar que esta aula é, na verdade, a segunda parte do assunto de renda fixa. Aqui falaremos sobre as diferentes formas de remuneração desse mercado.

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Já vimos que a taxa de remuneração nos ativos de renda fixa é influenciada pelo risco de crédito de quem está emprestando o dinheiro, pelo prazo e pela liquidez que o ativo te proporciona, ou seja, se você pode sacar hoje, amanhã ou só no vencimento.

Resumindo, então, quanto 1) pior for o risco de crédito, 2) menor for a liquidez e 3) maior for o prazo, maior será a remuneração oferecida a você.

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Nesse sentido, existem três formas de se remunerar um título de renda fixa. As mais conhecidos são:

  1. Pós-fixada
  2. Pré-fixada
  3. Taxa híbrida de inflação + taxa pré-determinada

E é exatamente sobre esses três itens que vamos falar hoje.

Além disso, veremos que o pagamento pode ser feito em uma única parcela ou dividido em cupons de juros ao longo do tempo.

Vamos lá?

Qual a melhor forma de remuneração?

 

Como já foi dito em outras aulas, no mundo dos investimentos o melhor é o que se adequa mais aos seus objetivos e fluxo de caixa.

Então, para entender para quais objetivos elas são mais indicadas, vamos ver a seguir as principais características de cada uma dessas formas de remuneração.

Taxa pós-fixada

 

Aqui, a rentabilidade varia de acordo com algum índice – geralmente a taxa SELIC ou o CDI (certificado de depósito interbancário).

Você não sabe o quanto vai ganhar no vencimento do título, mas há uma vantagem: enquanto a taxa de juros ofertada for acima de zero, você não terá prejuízo por causa de oscilações de mercado.

E como o Brasil é, historicamente, um país com taxa de juros alta, o risco de mercado desse tipo de título é muito baixo.

A SELIC e o CDI são os títulos mais seguros, mas, como vimos, quanto mais seguro for o investimento, pior tende a ser a rentabilidade.

Então vamos falar mais a fundo sobre esses principais indexadores.

Taxa SELIC

 

A SELIC é a taxa básica de juros da economia. De maneira simplificada, portanto, é a média de todos os títulos que são negociados no Brasil.

Quem define a meta da taxa SELIC é o Comitê de Política Monetária (COPOM), que se reúne a cada 45 dias, ou seja, 8 vezes por ano.

A taxa SELIC é o principal instrumento de combate à inflação, porque quando a inflação está em tendência de alta, o COPOM aumenta a SELIC para combatê-la. Quando a inflação tende a retornar para o centro da meta, por sua vez, o COPOM reduz os juros.

E vale lembrar que juros altos são muito nocivos para a economia, porque o custo de captação das empresas fica maior e elas conseguem investir menos, consequentemente gerando menos empregos.

A alta dos juros só é boa para quem tem dinheiro aplicado, mas, pensando em termos de economia real, ela tende a frear toda a economia.

CDI

 

Depois, temos o certificado de depósito interbancário, ou CDI, que é um empréstimo de curtíssimo prazo realizado entre instituições financeiras.

Eles são overnight, ou seja, têm prazo de 1 dia, e seguem uma regra do Banco Central que diz que cada instituição deve fechar o dia com determinado saldo.

E como é impossível saber com precisão o volume de aportes e saques, ao final do dia as instituições com superávit (caixa acima do necessário) acabam emprestando dinheiro para aquelas que estão com o caixa abaixo do necessário.

Assim, o CDI acaba servindo de base para a rentabilidade de investimentos bancários.

Por exemplo, quando você vê um CDB pagando 110% do CDI, significa que ele vai remunerar 1,1 vez aquele valor em relação ao CDI diário.

Taxa pré-fixada

 

Agora, vamos falar sobre a taxa pré-fixada.

Nesse tipo de remuneração, você sabe exatamente o quanto receberá no vencimento. No entanto, caso precise vender o título antes do prazo estipulado, pode acabar tendo um resultado bem diferente do contratado.

Isso porque, ao contrário do que o nome indica, é possível sim ter prejuízo na renda fixa – tudo depende da expectativa da taxa de juros futura.

Então é muito importante ficar atento ao fato de que a renda fixa pode ter problemas sérios de volatilidade a curto prazo.

Contudo, esse risco de mercado só ocorre quando você vende o título antes do vencimento, e a rentabilidade antes desse vencimento varia de acordo com os juros.

Um exemplo: se você tem uma taxa de 14,25% ao ano e o título do vencimento vale R$ 1 mil, você pagará por ele, hoje, R$ 513,70, considerando um prazo de 5 anos (ou 60 meses).

Agora vamos imaginar uma projeção de venda antecipada: no dia seguinte, o mercado estimou que a nova taxa de juros será de 12% ao ano.

Esse PU (preço unitário do título) vai sair de R$ 513,70 para R$ 567,43 em um dia. Ou seja, o resultado da venda antecipada vai ser de 10% em apenas um dia.

Mas o contrário também acontece: se a nova taxa programada for de 16,25%, por exemplo, o PU será de R$ 471,02, ou seja, você terá uma perda de 8,31% em apenas um dia.

Claro que esse é um exemplo extremista, porque é difícil que isso ocorra de um dia para o outro. Mas, em momentos de estresse, é possível que uma decisão do COPOM guie os investidores para uma queda acentuada ou uma alta acentuada dos juros.

Então é preciso frisar o seguinte: o risco de mercado existe e pode, sim, ser alto.

Por isso, é importante ter cuidado ao investir em títulos pré-fixados caso você não possa esperar até o vencimento para resgatar o dinheiro.

Inflação + taxa pré-fixada

 

O último e terceiro tipo de título é um título de inflação mais uma taxa pré-fixada.

A grande sacada desse título é que ele permite uma rentabilidade real, ou seja, acima da inflação. Mas, assim como os títulos pré-fixados, ele também possui risco de mercado.

Então é importante sempre reiterar a importância do risco de mercado, e que quanto maior for o prazo, maior será o risco de mercado.

E outro fator que afeta o risco de mercado são os cupons – existem títulos que pagam cupons de juros semestralmente ou anualmente.

A grande vantagem aqui é que você terá uma entrada de caixa periódica, mas só é recomendável comprar um título com cupom caso você precise desse dinheiro.

Isso porque, ao receber o cupom, você paga o imposto de renda. E, se for reinvestir o título, paga também as taxas de reinvestimento.

Assim, o cupom só faz sentido para quem realmente precisa do dinheiro para gastá-lo ou colocá-lo em outras aplicações que não sejam os títulos.

Relembrando

 

O mais importante a se tirar desta aula é a importância do risco de mercado na hora de comprar títulos pré-fixados ou indexados que você não for levar até o vencimento.

Além disso, leve sempre em conta que o prazo aumenta o risco de mercado, enquanto a distribuição de cupons reduz esse risco.

Por aqui é isso.

Agora vamos para a terceira aula sobre renda fixa e descobrir onde você não deve investir.

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