Curso Independência Financeira

[Aula 10] Classes de Ativos

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A partir desta segunda aula do nosso terceiro módulo, vou falar com você sobre as diferentes classes de ativos.

Para isso, vou entrar em detalhe sobre cada uma, mas, antes, gostaria de dar um apanhado geral sobre cada tipo de investimento, para que você comece a pensar em seu portfólio.

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Vamos tratar dos seguintes tópicos:

  1. Principais fundos para a sua carteira
  2. Renda fixa
  3. Renda variável
  4. Benefícios do investimento passivo

Principais fundos para a sua carteira

 

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Para começar, vamos focar na renda fixa e variável — mais especificamente, falaremos muito sobre títulos públicos, através da plataforma do tesouro direto, e fundos de índice de ações, os ETFs (sigla em inglês).

Esses dois tipos de investimento são muito importantes, porque formam o coração do nosso portfólio.

E por que vamos usá-los? Principalmente porque, apenas com eles, já podemos montar uma carteira bem diversificada, e até investir em ações da bolsa norte-americana.

Além disso, eles possuem uma relação risco-retorno excelente e baixíssimos custos.

Ou seja, podemos investir sem gastar muito em empresas fora do Brasil e ainda ter exposição ao dólar.

Assim, conseguimos dividir a nossa carteira de forma muito bem definida e diversificada, alavancando a rentabilidade ao mesmo tempo em que diminuímos o risco.

Além disso, também vou falar de outras formas de investimento, como as letras de crédito, os CDBs e as debêntures, porque elas turbinam a rentabilidade sem elevar tanto o risco da carteira.

Resumindo, então, a base da nossa carteira será:

  • títulos públicos;
  • fundos de índice.

Contudo, vamos utilizar todas as formas de investimento disponíveis para que, quando elas se enquadrarem nos nossos fatores de investimento, consigamos alavancar a rentabilidade.

Com essa ideia, o custo é definitivamente um dos principais fatores que devem ser levados em consideração, porque, como vimos em outras aulas, o custo influencia diretamente na rentabilidade, especialmente na gestão passiva, na qual estamos focando.

Então vamos em frente falar sobre a renda fixa e como ela deve aparecer nos seus investimentos.

Renda fixa

 

Os ativos da renda fixa podem remunerar de 3 maneiras diferentes.

Eles podem ser:

  • pós-fixados;
  • pré-fixados;
  • indexados à inflação.

Pós-fixados

 

Quando uma taxa é pós-fixada, significa que ela segue a rentabilidade de um índice. Geralmente esse índice é a Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, ou o CDI, o certificado de depósito interbancário.

O CDI é a taxa pela qual os bancos emprestam dinheiro uns aos outros, e ela é bem próxima da Selic, ainda que existam diferenças.

Mas o melhor da taxa pós-fixada é que ela é a que produz menos risco, porque nunca terá uma rentabilidade negativa, apenas um cenário de juros negativo.

E como o Brasil é, historicamente, um dos países com a maior taxa de juros do mundo, você não precisa se preocupar com isso.

Então estamos falando de uma taxa pós-fixada, com rentabilidade diária e que nunca dá prejuízo de mercado ou oscilação de preço, subindo um pouquinho todo dia.

Pré-fixados

 

Quando falamos de taxa pré-fixada, significa que você contrata o investimento já sabendo a rentabilidade que receberá no vencimento.

Isso é muito importante, porque, se você quiser ou precisar vender o título antes do vencimento, vai incorrer no risco de mercado, ou seja, pode ter uma rentabilidade menor do que contratou ou até mesmo ter prejuízo.

Mas, como risco e retorno sempre andam de mãos dadas, você também pode lucrar acima da taxa contratada.

Vou explicar isso em detalhes na hora de falar de títulos pré-fixados, então não fique assustado, porque é mais simples do que parece.

Por enquanto, só quero que você se lembre que títulos pré-fixados têm risco de mercado, então podem acabar dando prejuízo.

Indexados à inflação

 

Outra forma muito comum de investir é através de títulos indexados à inflação.

A taxa desses títulos é mista e ele fornece uma rentabilidade real, ou seja, acima da inflação.

Isso porque esses títulos geralmente rendem o título de inflação, o IPCA e uma taxa pré-fixada, então está garantido que você ganhará acima da inflação.

E isso é algo importante porque, como vimos em outras aulas, a inflação acaba com o seu poder de compra, principalmente a longo prazo.

Então te aconselho a ter sempre esse tipo de título na carteira, principalmente quando você investe a longo prazo, porque ele te garante uma proteção muito boa quanto à corrosão do poder de compra.

Contudo, assim como os títulos pré-fixados, os indexados à inflação também possuem risco de mercado.

Então, se você precisar vender esse título antes do vencimento, pode acabar tendo prejuízo ou, por outro lado, uma rentabilidade acima da contratada.

Então muito cuidado quando for comprar títulos de renda fixa, e lembre-se que apenas os pós-fixados não apresentam o risco de mercado.

Renda variável

 

O investimento em ações é essencial em carteiras de longo prazo, porque apresenta sempre uma rentabilidade muito boa.

Contudo, só de ouvir falar em renda variável e bolsa de valores, algumas pessoas já ficam arrepiadas.

Isso ocorre porque, na maioria das vezes, essa modalidade é vista como algo que depende da sorte, mas não é este o caso.

No curto prazo, uma fala do presidente pode atrapalhar a sua rentabilidade, por exemplo, bem como um evento no exterior e outros fatores que fazem com que o preço da ação varie.

Mas existem excelentes empresas com a capacidade de superar os ciclos econômicos de curto prazo, a sua aleatoriedade e suas dificuldades, e que, dessa forma, conseguem sempre ter uma ótima rentabilidade a longo prazo.

Sendo assim, na renda variável, os fundamentos prevalecem sobre as nuances de curto prazo.

Mas como escolher essas ótimas empresas que te garantem um bom rendimento?

Afinal, analisar balanços e empresas não é uma tarefa fácil (não é à toa que os bancos pagam excelentes salários e bônus a profissionais dessa área).

Além disso, o acesso às informações pelos bancos é mais eficiente, pois a rede de contatos deles é enorme.

E não estou falando de informações ilegais, insider trading e outras práticas do tipo, mas da capacidade de assimilar informações e transformá-las em algo útil e de valor.

O banco faz isso muito mais rápido, porque tem um departamento cheio de pessoas qualificadas pensando em uma mesma coisa, então como você pode competir com eles?

Existe uma solução muito simples, chamada fundos de índice.

Fundos de índice

 

Através dos fundos de índice, você está comprando uma carteira de ações.

Dessa forma, você dilui o seu risco, diversifica sua carteira e ainda tem a rentabilidade de uma gestão passiva.

E a grande sacada é que o fundo de índice é muito barato, se você for comparar com um fundo de investimento em ações: a taxa chega a ser 4 ou 5 vezes menor.

E, além disso, ainda existem fundos de índice de empresas pequenas, com alto nível de governança, empresas sustentáveis, etc.

Ou seja, você pode comprar ações de empresas de nichos específicos, de acordo com a análise que você faz.

Por exemplo, o índice mais importante da nossa Bolsa é o Ibovespa, que tem em torno de 60 ações. Então, quando você investe nele, está na verdade investindo em 60 ações de uma vez.

O Ibovespa conta com critérios de escolha, ou seja, está sempre trocando as ações de acordo com diversos fatores pré-definidos, o principal sendo o volume.

Assim, as ações mais negociadas geralmente são as melhores ações da bolsa.

Estou falando sobre o Ibovespa primeiro porque ele é o fundo de índice mais comum.

Contudo, em aulas futuras, você verá que existem várias opções de fundos de índice em que você pode aplicar dinheiro para diversificar seus investimentos na bolsa.

Você pode, inclusive, investir no principal índice da bolsa norte-americana, o SIP 500.

Ou seja, além de tudo, você ainda consegue fazer uma diversificação em ações estrangeiras e em dólar.

Então não há motivo para perder tempo buscando ações e competindo com bancos, porque já vimos que a gestão passiva tende a bater a ativa principalmente por causa de custos, e os fundos de índice têm custos muito baixos.

Benefícios do investimento passivo

 

Como já conversamos, nesse curso a abordagem será de investimento passivo, com base na locação de ativos, em que cada investimento deve estar de acordo com os seus objetivos e o seu fluxo de caixa.

E dado que uma gestão passiva tende a ganhar a mais que a ativa, vamos gastar pouco tempo e ganhar a mesma coisa ou até mais que na gestão ativa.

Ou seja, trata-se de uma metodologia em que focamos em ter mais tempo, menos custo e maior rentabilidade.

E como estamos focando em ter pouco custo, tanto os fundos de índice quanto os do tesouro direto são muito baratos, com uma excelente relação risco-retorno.

Por exemplo, fundos de índice têm um custo ao ano entre 0,38% e 0,69%, enquanto um fundo de ação do seu banco deve girar em torno de 2% e 2,5%.

Já os títulos públicos têm um custo de 0,30% ao ano, se você escolher uma corretora de custo zero (e te mostrarei um passo a passo de como escolher a sua corretora nas próximas aulas, então fique tranquilo), enquanto existem fundos de investimento que compram esses títulos e cobram 1%, 2% e até mesmo 3% ao ano por isso.

Então é sempre importante lembrar que a gestão passiva, principalmente com baixo custo, sempre baterá a gestão ativa e entregará mais tempo e rentabilidade a você.

Assim, também é muito importante entender os ativos de títulos públicos pré-fixados, pós-fixados e indexados na inflação, bem como os fundos de índice.

Mas fique tranquilo que vou explicar tudo isso mais a fundo nas próximas aulas! Então venha comigo que vamos nos aprofundar em cada um desses ativos.

Na aula 3 deste módulo, vou explicar tudo sobre o mercado de renda fixa e os principais fatores que influenciam no preço desses ativos.

Vamos lá?

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